No filme “O Feitiço do Tempo”, o personagem principal – Phil, um arrogante e vaidoso repórter meteorologista de uma emissora de televisão americana – é designado a realizar uma reportagem sobre um tema considerado por ele como pouco relevante (Comemoração do Dia da Marmota), numa pequena cidade no interior dos Estados Unidos. A contragosto, acaba aceitando a missão que lhe fora designada, mas ansiando por livrar-se dela o mais rapidamente possível. Contudo, após concluir o trabalho, é surpreendido com a notícia de que não poderá retornar a sua cidade, devido a uma forte nevasca que subitamente assolou a região, fazendo com que as estradas fossem bloqueadas. Assim, Phil se vê obrigado a pernoitar mais uma noite no lugarejo.

E, como se o aprisionamento físico num local menosprezado por ele não bastasse, por um fenômeno inexplicável, também fica aprisionado no tempo. A partir de então, os dias se repetem de forma idêntica e indefinidamente naquela cidade, como se fossem reprises de um filme.

A grande sabedoria de “O Feitiço do Tempo” se revela quando Phil, após realizar as mais diversas tentativas de romper com seu aprisionamento temporal, vivenciando uma profunda angústia em razão de sua impotência, decide aceitar como fato a condição em que se encontra. E, assim, começa a apropriar-se da repetição dos dias para realizar aprendizados, fazer conquistas e vivenciar experiências diversas que, aos poucos, vão levando-o a profundas mudanças em sua maneira de ser. Desse modo, consegue transformar um contexto inicialmente adverso num aliado que lhe possibilita ampliar seus horizontes pessoais, capacitando-o a desenvolver novas habilidades cognitivas, afetivas e sociais, que lhe rendem boa reputação social, boas amizades e um novo amor.

Coronavírus

E, como se o aprisionamento físico num local menosprezado por ele não bastasse, por um fenômeno inexplicável, também fica aprisionado no tempo. A partir de então, os dias se repetem de forma idêntica e indefinidamente naquela cidade, como se fossem reprises de um filme.

A grande sabedoria de “O Feitiço do Tempo” se revela quando Phil, após realizar as mais diversas tentativas de romper com seu aprisionamento temporal, vivenciando uma profunda angústia em razão de sua impotência, decide aceitar como fato a condição em que se encontra. E, assim, começa a apropriar-se da repetição dos dias para realizar aprendizados, fazer conquistas e vivenciar experiências diversas que, aos poucos, vão levando-o a profundas mudanças em sua maneira de ser. Desse modo, consegue transformar um contexto inicialmente adverso num aliado que lhe possibilita ampliar seus horizontes pessoais, capacitando-o a desenvolver novas habilidades cognitivas, afetivas e sociais, que lhe rendem boa reputação social, boas amizades e um novo amor.

A crise mundial suscitada pela pandemia do COVID 19 trouxe à minha lembrança esse filme, por perceber algumas analogias possíveis com a situação que enfrentamos no presente. Assim como Phil, fomos aprisionados num contexto inimaginável e quase surreal, como se a realidade que conhecíamos até então subitamente houvesse se transformado num filme de ficção científica. A sensação de que tínhamos algum controle sobre nossa existência vem sendo colocada à prova, de forma coletiva.

O isolamento social a que fomos submetidos alteraram profundamente nossos projetos e rotinas, suscitando limitações por vezes bastante angustiantes. A vida social, afetiva, profissional e familiar está mudando. Difícil fazer previsões sobre como será o amanhã pós-pandemia.

Transformação

Como em todo processo de crise, riscos e perdas são inevitáveis. Porém, as oportunidades também. E, se descobrirmos, assim como Phil, que não somos donos do tempo, talvez possamos compreender, em compensação, que somos responsáveis pelas escolhas que fazemos durante nossa existência. Desse modo, um novo dia, ainda que pareça igual a todos os demais, oferece sempre a possibilidade de mudança, se decidirmos experimentar novos caminhos, novas atitudes e novos comportamentos.

Recomendo, assim, que você assista ao filme, no desejo de que “O Feitiço do Tempo” possa inspirá-lo a transformar o presente momento, fazendo com que, de escolha em escolha, de risco em risco, de aprendizado em aprendizado, você possa encontrar a oportunidade de construir uma nova e melhor versão de si mesmo.

Nota: o filme O Feitiço do Tempo pode ser assistido pelo canal do Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=zkn2fAN8fdg

O FEITIÇO DO TEMPO. Direção: Harold Ramis. Produção: Trevor Albert . Estados Unidos: Sony Pictures Movies & Shows, 1993. DVD.